o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

quinta-feira, 31 de março de 2016

A janela

A sensação de observar a janela do trem que percorre caminhos desconhecidos já assimilados em memórias dessas luas revoltas é como a imagem que tenho de um corpo que talvez seja o meu correndo pela natureza aberta de nenhum lugar, a pele debaixo do sol e o suor escorrendo pelas costas em contraste com o vento em movimento, rindo ou chorando até o desaparecimento do corpo, que aqui sentado perante a confusão absoluta de um instante sublima-se ao etéreo, engole-se a si mesmo numa lágrima seca que transformou a luz, o medo, a viagem, o tempo e a proximidade.

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