1. Não há encontro com as paredes da Casa quando, em mim, às palavras não há confronto, mas fuga, palavras esguias em virtualidade de preenchido, cheio, transbordando. Quando o teto é ar, o chão é cheiro e o caminho são os pés que movem o tempo, a Casa desaparece por incerteza, eterna esperança no que é, sempre, mas em esconderijo, depois, lugar de segredo, velado, onde chega toda a vida por debaixo das pálpebras abertas. As palavras são sopros por entre extremos, na boca ela mesma, de tanto socorro que o homem, então, encontra sua qualidade de caramujo.
2. Cada vez que as mãos passeiam pelas pernas, unha por pele, a questão esvaziada nos olhos dormentes do moço correm para o buraco e escapam no além-vida, pra concha de arranhão, marca sem volta. A tempestade se aproxima a cada dia e eu guardo o mar, de mãos na garganta. O cachorro cego para ao lado, recordando-me da sede, das narinas secas, do ar distante. Esta onda que não cessa de retornar procura meu coração para anunciar novo acontecimento, a todo tempo, nunca.
Maravilhoso!
ResponderExcluir