o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

eu estava sentada com os membros adormecidos, fazia frio e as extremidades formigavam. movimentava lentamente partes do corpo que escolhiam contrair-se, tremer, repuxar, evidenciando, na tensão do meu maxilar e do desespero da minha garganta o desconforto de existir. era doloroso em cada molécula sentir as profundidades dos objetos (das peles, dos pelos e das paisagens), a tentativa de encontrar-me numa coerência de palavras desamparadas. cada dia é um atirar-se sobre uma fenda feita por um rio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário