o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

o eu instantâneo - esse único que existe - não teria como saber por onde começar
ele vive o rio e a tontura do movimento
e também sente a aparente estaticidade dos corpos silenciosos derramados
dentro das noites solitárias, dos sentidos atravessados.
o começo pode ser uma constante impermanência,
essa vasta neblina sobre o jardim insone,
os cheiros e ruídos que não são identificados
e os passos por sobre a solidez assoladora da terra.
é o desespero espiral de contatos ininterruptos,
sempre um desconhecido, um eterno desconhecimento que pulsa pelos buracos no chão.
essa voz é uma ilusão, é o segredo tentando desabrochar
num renascimento descontrolado,
o poder das mãos vazias
a realidade assombrada pelos sinais nos raios de sol,
a luz o ar os papeis os objetos as sombras
não é possível fazer perguntas
o espelho carrega seu truque do avesso
tudo já é um reflexo sensível de tudo.

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