o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

sábado, 17 de dezembro de 2016

O ANIMAL BEBE ÁGUA DO RIO E VÊ O SEU REFLEXO

a densa imagem espectral daqueles próprios olhos desconhecidos
prevendo o recuo do corpo diante do impossível

e uma menina sonhava sonhos da noite
seus labirintos reais do interior
enquanto as pedras rolavam pelas veias da mãe oceano

o animal descia com a cabeça para si próprio
engolindo traços de sua pele a cada gole
dentro das entranhas absorventes de dentro

um dia verdadeiro se desenrola
em direção às galáxias

na sala uma mulher repleta de cristais 
conjurava um pêndulo azul
o animal acordava, então

os dias secos rio abaixo
num movimento necessário.
aqui o universo sustenta um momento
para vicejar. 

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