o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Outono III

a renovação da árvore

Da perspectiva que assumi ao encontrar-me vivendo as escolhas tateadas aquém dos calos nas mãos, agora vejo este espaço com a transmutação dos temporais em água bravia do horizonte. A expansão nos olhos para as extremidades não acompanha a infinitude por caminhar. Agora estou demonstrando o legítimo desmaio ao vislumbre do que é real. As reconfigurações requerem novos preparos. Sigo coletando o material de preparo, entre experiências cristalinas ao desterritório vivo onde sou lançada, há dias e meses para trás, além dos outros fugidios do escapismo, junto ao vazamento descontrolado dos limites hominídeos frente à impossibilidade de colecionar, aqui, pertencendo a este corredio tempo, da escrita, à face da palpabilidade. O desmantelamento da pele ardendo em descamação espalhara-se comigo, e eu revolvendo junto ao mar, por sobre um cavalo submergido, empunhando a espada dos olhos vigilantes. Seguia o peito aberto e os propósitos para cada instante fantasmal - a palavra que acontece e o novo não experienciado antes, o imprevisto, que traz as notícias do bordeado.

[deve ser por este motivo que levo chuva e duendes comigo; pelo coração sempre próximo às fertilidades, ao amor pelo crescimento dos cabelos e da intimidade. você comprova, a cada embalo novo do respirar, a existência do universo].

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