o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

entre 4h40 e 5h

[prelúdio a escritos destroçados]

estava demorando-me para perceber a chegada das baixas luzes ao escutar você dizendo algumas palavras entrecortando ruídos. a água que caía sobre você lembrou-me aquele momento reservado ao escorrer. uma segunda voz, a cadeira macia com seus tecidos floridos acolhendo-me enquanto eu bebia chá. cães latindo, diferentes distâncias percorrendo. ansiosa frente ao movimento do silêncio, eu esperava em cada detalhe. e então, todo o silênciossussurrando as ruas pelas bordas nos pés dos outros, todo ele abriu espaços buracos que chamavam no instante em que resolvi ir. o sol convidava para dentro e vir tomar café tostado, queria caminhares do lado de fora por sob sua experiência ótica para entretenimento. ali, andava sempre em direção ao eterno com a veracidade da fuga. os ciclos existiam completos na efemeridade daquilo tão inteiro, o mistério do bilhete e das compras roubadas, pelas pequenas marcas de tinta nas telas de van gogh. a lua estava começando a descer (e esmagar o meu amor). logo, tão cedo, o traço do rosto é memorificado, para, então, restar-me um pedaço de papel destroçado em cartas de despedida – eu não sabia para onde mover-me, encontrar-lhe, descobrir onde está, comigo, aquela moldura frágil, fogo, os olhos castanhos, esvaziando nenhum lugar. estive desolada. 

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