o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

domingo, 16 de setembro de 2012

Debaixo


De pernas tremidas, agoniadas pela palavra do tempo, sinto saudades do futuro. Sem toque de mão, a infância encolhida não existe, perdeu-se em susto pelo caminho, desmoronada por história de ninguéns. Cria seu próprio riso em ressonar memória, faca, por necessidade, pés na cabeça, ombro no chão. Pois, aquela velha garganta que estrangula, floresce em eco de voz, voz da terra.
Não é pelo gosto das unhas sujas que respondo tontura com complacência, mas pelo incômodo de percebê-las em colapso. Então, afinal, se quebram em outras, e estas em mais, sem, no entanto, se multiplicarem. Não se trata de tanto, mas apenas de tudo.
História de pessoa afogada pelo tempo não é longe de pétala presa por grades inofensivas. Não... É o contrário do esconderijo quando a sensação de mar que a terra guarda desdobra-se em amarelice delicada, que o vento leva embora pelo retorno, eterno renascimento. Os minutos contam giro de gente que carrega as marcas das rochas, a exposição das nuvens e o calor de pele em transposição de chão. A cada pé, esta causa justifica-se nas pausas em cauda de peixe, fantasma que nada, ainda em ar seco, de exagero azul.

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