De
pernas tremidas, agoniadas pela palavra do tempo, sinto saudades do futuro. Sem
toque de mão, a infância encolhida não existe, perdeu-se em susto pelo caminho,
desmoronada por história de ninguéns. Cria seu próprio riso em ressonar
memória, faca, por necessidade, pés na cabeça, ombro no chão. Pois, aquela
velha garganta que estrangula, floresce em eco de voz, voz da terra.
Não é
pelo gosto das unhas sujas que respondo tontura com complacência, mas pelo
incômodo de percebê-las em colapso. Então, afinal, se quebram em outras, e
estas em mais, sem, no entanto, se multiplicarem. Não se trata de tanto, mas
apenas de tudo.
História de pessoa afogada pelo tempo
não é longe de pétala presa por grades inofensivas. Não... É o contrário do
esconderijo quando a sensação de mar que a terra guarda desdobra-se em
amarelice delicada, que o vento leva embora pelo retorno, eterno renascimento.
Os minutos contam giro de gente que carrega as marcas das rochas, a exposição
das nuvens e o calor de pele em transposição de chão. A cada pé, esta causa
justifica-se nas pausas em cauda de peixe, fantasma que nada, ainda em ar seco,
de exagero azul.
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