Como pode a branquidão dos olhos perdidos em bosque de lírios mortos encontrar chuva e terra para pisar? Noite é sonho que suga feito arrancar pele e segurar sangue por dentro no momento de sujar.
Quando metade se confunde no fim é que criança tem pesadelo e sossego não chega pela manhã. Só quando passarinho aparece é que acordar vira menor tormento que vontade de ver o dia. Daí não chega lembrança tantas vezes coberta de cílios fechados, que é pra dor e acalma só uma vez, tudo quando passa brisa e frio, tudo quando o dia explode em lua. Espelho de todo dia é o mesmo rosto, mas que muda de cor, se transparente. No silêncio, morada do distúrbio, das falhas e espaços nus, é que vive o mundo. Assim que desanda, a negação do sim vira verdade.
É em forma que meu amor vira meu e carinho vira água corrente. Todo dia quando chega a luz vem a coragem de ficar entre, onde olho é feito bolha e coração é de remendos. Solidão é estado natural em cuidado com o rio, dono do frágil, responsável pelo sono do sol. De entender abraço em piscadela, avalanche por dedos em toque, alma de azul em passos leves.
Quando chega o movimento, é acontecimento que reverbera feito palavra entre.
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