o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Pisca-pisca

(Às vezes as palavras precisam de calma para preencher, mas o tempo desiste a sinceridade de um coração espremido. As tuas sempre me foram cruas feito natureza em casca de árvore, simples de doer. Não sei por onde enfiar esse amontoado de partes que um dia foram. Que as gentes têm incrível por dentro, mas só dois têm jeito de chuva e comportamento de sol. Meus dedinhos implodem para meu próprio umbigo e o amor vai embora de meia para pés quentes e chapéu para cabeça incrementada).

Lírios não podem ser inventados, apenas descobertos enquanto reais de cor e som. Podem ser encontrados por trás das árvores de raízes longas e corações quentes; dentro de potinhos esquecidos em fundo de armário; em olhos de menino que carrega seus cinquenta e cinco anos; por cima de cabelos brancos de existir. Palavras não vêm de coisa que não existe.

As ondas de silêncio em correnteza que pisca no escuro é que sabem de seu tamanho.

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