o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Mr

(O espaço entre meus dedos é das coisas que faltam. Aquelas que são do ar e do vento, que têm cheiro de flor invisível, qual arco-íris de sol em canto de olho, em pelos de braço semi-cerrados. Está nas coisas que crescem de dentro e urgem feito tornado por terra e por grama. Daquilo que posso segurar, como a memória e a incerteza da cor de seus olhos. Que a virtualidade reside nas lacunas das coisas esquecidas, no renegado pelo excesso do completo, no que não é de pegar).

O ar que transpassa seu toque fino é feito de tempo, qual coisa que deixa de estar como bolinha que envesga às mãos e escapa aos olhos. Sua sinceridade está em tirar o cabelo do rosto para que não o incomode, mas de sutileza. Não é todo mundo que sabe ver o arco-íris nos cílios do sol. Quando nossa invisibilidade virou força só, as máquinas do mundo oficial me negaram de existir, como se não tivesse número próprio. Dizer do amor assusta porque tem peso, esmaga. Daí meu mrrr sai sem vogais, feito ruído que só é. Feito mariposa com jeito de folha, que é pra dizer que veio do chão.

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