o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Que dói com jeito de espirro

Essa dor de pus
inflamada
câncer que me arranca os cabelos
(dentro do próprio tumor)

Está em lembranças
que nem esquinas têm
por clareira de camas em pesadelo
o espectro de suas costas brancas

Ser dói
como pés frios de chuva

(Me dizia de minhas extremidades sensíveis)

O abismo de cartas
na crueza do encontro

Quero fugir da ausência
de minha importância
em mim

Olhos opacos
dia-noite
não sinto porque levanto

Estávamos dirigindo pela estrada do sem-luz como se fôssemos gente cinza. A chuva em pingos agredia nossa proteção. Era tudo branco pós-mortem. A fome que sentíamos, não queríamos matá-la. Todos os dias mudaram para menos até a destruição do nulo.
O homem que tudo faz em espírito complacente compreende o amor. E só ele.
Porque o medo de ser como frágil por fora esconde o respirar-fundo num campo de lírios (deixar o toque às pétalas). Somos um bando de escondões que descuidam do amor.

(Tudo que eu tenho é seu
mas tudo que eu sou
em mim
morreu).

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