Essa dor de pus
inflamada
câncer que me arranca os cabelos
(dentro do próprio tumor)
Está em lembranças
que nem esquinas têm
por clareira de camas em pesadelo
o espectro de suas costas brancas
Ser dói
como pés frios de chuva
(Me dizia de minhas extremidades sensíveis)
O abismo de cartas
na crueza do encontro
Quero fugir da ausência
de minha importância
de minha importância
em mim
Olhos opacos
dia-noite
não sinto porque levanto
Estávamos dirigindo pela estrada do sem-luz como se fôssemos gente cinza. A chuva em pingos agredia nossa proteção. Era tudo branco pós-mortem. A fome que sentíamos, não queríamos matá-la. Todos os dias mudaram para menos até a destruição do nulo.
O homem que tudo faz em espírito complacente compreende o amor. E só ele.
Porque o medo de ser como frágil por fora esconde o respirar-fundo num campo de lírios (deixar o toque às pétalas). Somos um bando de escondões que descuidam do amor.
(Tudo que eu tenho é seu
mas tudo que eu sou
em mim
morreu).
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