O estranhamento sincero
as ruínas
acolhem o abandono
as tantas pessoas construídas em
solidão, sólida solidão
de concreto
com lírios por dentro
chorando desabafos de existência
em espaços vazios
A possibilidade de gritar
histórias das sensações
pessoas que vêm das raízes
dessas árvores quebrando o chão
Um dos extremos de ser agora pelo mundo
só
As memórias são pelas vísceras
na composição das casas
e das esquinas curvilíneas
Brasília deixou-se à desconstrução
As mãos é que fazem
A cronologia é simplesmente a
explosão do tempo
O grito participa do silêncio
como passarinhos que participam de
fios de telefone
As pessoas distantes estão no toque - e apenas nele.
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