o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

uma pausa para escrever
mas não existe essa pausa
é o tempo que se suspende
num instante dentro de um
buraco de onde os dedos
buscam uma saída cavam para
achar o túnel do outro lado
um mantra do movimento
como se não acontecesse
nada, mas então tudo
é acontecimento e seus sentidos
adormecidos num sonho de eternidade
e então da vontade o sofrimento
cabrum um raio despedaça uma ruína
a ilusão de que uma memória já não
é mais porque só agora neste
transbordamento um jorro que
irrompe as bordas mesmo é
um espelho centro de outro
reflexo centro da presença inevitável
da partilha descontrolada por isso
tantas pessoas nas ruas gritando de boca
fechada mas então nos detalhes da
rua vãos e becos e vales estão as
crianças e os loucos e os ruídos do
caos nesta entrega poderosa aos
sentidos do corpo matéria cosmos
dentro atravessando tantos espaços

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