o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

4 de janeiro de 2017
bahia 1

a vida parece de uma medida impossível.
uma impossibilidade.
as linhas que o sol crava nas palmas das minhas mãos são as mesmas que as águas selvagens, de dentro da terra, cravam nas pedras.
cada cicatriz de pedra é única. e o rei da luz se suspende na atmosfera.
o vento justifica o espaço e mede o tempo.
quando acaricio as nuvens que atravessam meus dedos as dimensões se descontrolam.
a imensidão, lá embaixo, responde ao meu corpo como a uma totalidade.
essa distância irrevogável me superpõe, e meus órgãos ficam ocos como um vale.
meu corpo e meu espírito são a mesma matéria fluida.
os mesmos ciclos compreendem a natureza e a energia gerada por ela.
e nessa paz misteriosa, tudo é espiralado...

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