o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

sábado, 17 de dezembro de 2016

poison

what if a poem sounded like the falling rain
and could bring the secret of the waters cicle

passagens e corredores longos pelos caminhos
um despejo que pinga pinga aquele som repetido
atravessando um monumento espatifado diante do mar
à meia luz diante do penhasco aberto no oceano.
dei um passo em direção ao centro
e agora sinto, durante a queda, os membros distendidos pela descida,
cores translúcidas atravessando um espaço líquido
e o tempo aos poucos deixando de existir.
durante a caminhada as mãos com a pele de cobra depelando pelos dedos
uma montanha de corais erguia a terra viva,
no centro da estrela no centro do peito
um gesto gravitacional numa dança ao contraste do sol no avesso,
movimentos já diluídos no acolhimento absoluto lá dentro.
eu sou a impossibilidade de cada percepção,
já de tudo um fragmento de tudo
memoriasinstantessonhos mas superintegrados, indissociáveis,
e as mãos incrédulas por sobre a boca
da matéria impossível do corpo improvável
no olho espiral entrando
neste portal às vistas na floresta de dentro.
um vislumbre da colisão entre nossas incontáveis partículas
um espelho na sala de espelhos do avesso no seu reflexo mostra o lado direito
do olho que vira do avesso cada sinal de luz.
uma oração e os raios já começam a lampejaar uma lavagem magnífica,
uma vela um canto
e a preparação para virar numa porta de galhos apontada para baixo
para o ventre do mundo de dentro.
uma voz melódica pela descida anunciava
a completa inundação
e as pedras brilhavam no altar que uma loba cheirava com tranquilidade.

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