o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Jornada

Logo percorremos uma parte da terra e não nos damos conta. Cada passo para nós é uma cachoeira de constantes estelares correndo no reverso do caminho. Nossos pés ainda escapam às calçadas férteis, envolvidas pelo úmido dos olhos de estranhos. Nossas cabeças revolvendo o relento inesperado das linhas de trem, os gestos tímidos e poderosos ensinando-nos a usar nossas vozes. Paramos para observar nossas decisões. Cada esquina é um universo aberto à imensidão, que nos toma os sentidos desde que estamos de pé. Estamos fazendo dos sorrisos navios para entregar-nos à selvageria do mar aberto. Nas luzes das noites tardias conspira um destino invisível. Com as mãos armadas uma na outra, respiramos a configuração dos subúrbios e os nomes das ruas que lutam para não desaparecer. 

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