o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

O ar confrontou-me à pisada
Quando notei que nada separava
O vento de meu corpo amplo
Que sabe dos redemunhos
Espiralados reconfigurando as
Presenças, tantas estilhaçadas
Pelo alambique mesmo
De meus olhos, a morada
Humilde do regurgito
Embalo, meus dias frios
Desalocados de mim já que
Meu corpo é calor e o pulso
Segue contraindo meus lugares
Por dentro, o que resta deste
Buraco que escancara também
Estes dedos, com o rugido distante
Da quietude mesma -

Meus cabelos de árvore seca,
As vozes interiores enlouquecidas,
A lua que se põe
Dormitando o horizonte
Dormente de mim -
E eu feita de matéria crua
Do meu instantâneo,
De nome já eu cindida
Pelo Sol que me enrola
Na clareira fantasmal do
Outro dia;

Sorrateiro um desespero vacuoso
Virado relógico e máscara.
Mas o estômago draga as
Mesmas fumaças, o ininterrupto
Carregar das coisas mareadas
Nos desentornos.

Eu recebo uma jornada
Para que evidencie-se a
Potência do corpo desregulado
Pelos pés enterrados.

Movi agora um limiar,
O vale, o esmagado,
No apagar-se de uma
Luz horizontal.
Morta, vivi para estar aqui.

Sou saturado vazamento,
A própria Terra genealógica
Feia, inteira, extensa,
Aberta ao giro corporal
Do que nos encontra.

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