o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

A cada momento demandado com a ironia de sua retirada presença, derreto sobre o suntuoso colchão, esta suspeita rede, que paralisa a todos os sentidos, no que me sinto entregue, paralisada pelo esvaziado apaixonar, mortifício, tomado pelo fim das células jovens, que já deste tumulto não sabem o que ouvir, não conseguem reconhecer vontades por seu desprendimento, do corpo para o colchão, enigmático repulso, na forçosa atividade com a criatura sempre em germinação, para não sufocar a respiração, no repúdio pela tentativa, este lugar de inutilidades, donde reside o poema, a distante torre de solitárias figuras, os retratos escondidos, intimidade perdida, no desvelamento violência do mundo, querendo tomar sua importância, abrindo um buraco para esvaziar. Que fiz eu destes dias? Não quero conselhos palavras de lugar nenhum, nem mesmo dos próprios punhos cansados, no deslocamento de um certo acúmulo decepcionado, para fora, onde não há nada, posto que a tudo me atribuo sóbria, pelo aceitamento dessa despendiosa situação, não possuir uma boca para abrir caminhos ao silêncio, e olhos para compreendê-lo, tanta vontade, que já nem os sonhos me lembro mais, e os toques às cartas não arrepiam-se pela conjectura temporal... Morte, onde esta carta se esconde? O estranhamento com os dedos sujos em plena luz do dia, ao modo deste tempo, escorregando minha sensação de estar vivendo...

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