o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

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É para auxiliar no retorno dos pássaros, mesmo pelo desmaio improvisado deste redigido - vem, em fidelidade ao ato, entregue ao fracasso, à pequenez, ao invisível. Nada consegue estender-se pelo caminho sem ter o que contar, a si próprio, em voz alta, como quem chora e grita por sua carne, de escapatória, legitimando-se, repetindo seu nome, que é para não esquecê-lo. Mesmo que brevemente, enquanto duram o assobio e o chamado. Esta mensagem deve ser enterrada por sob o solo onde pisarei até que eu vá embora, e abandone esta casa. O chão será meu segredo, e entre nós haverá um abismo magnético pelo toque da pele com a existência. Assim, digo todos os dias ao longo de sua passagem, e aumentam-me as memórias que carregar, no que sigo procurando esquecê-las sem, no entanto, deixar por lembrar do rosto e do muro que cortavam os olhos. A estrada não é só um pé, e o outro, mas as pedras que, em seu silêncio primordial, compartilham da solidez e da difícil diferença, de forma, surpresa, a honrar minha continuidade. 

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