o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Limite

A testa cadavérica sobrecaía a teu ombro, bem intencionada, pois que de descanso; deleitava este carinho, lembrança em respirar, de branda cor, garganta contaminada. O silêncio emoldurado do dr.O parecia-me apetitoso, a princípio. No entanto, o desespero deslocado, este lugar de descuido, tomava-me em mim, desentrenhando caminhos e amortecendo desilusões. Perdia-me ao imaginar o fim de meu rosto no corpo de tua pele, essa desonra do horizonte, para então perceber-me escorrendo, de pouco, pelos buracos do mundo inteiro. A desolação de confiar neste instante distorcido, distante, em tuas mãos abrigo – aí é que me esquecia. Sobre ti, adormecia infinito, para o movimento do mar, cedendo, transparente.

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