o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Pausa I

Foi destas luzes encobertas de vento que te falei. É assim que parece casa, onde o céu e os espelhos são o mesmo reflexo anterior, todas as cores se misturam para que não haja separações em diferentes planos, gestos, rostos. Cada traço de contorno e quentura com cheiro de chá pelos instantes em que vemos sem luz, mas dentro do buraco interior. Dentro das retro-projeções de abundância, essa voz solta, amarrada a si mesma enquanto fio do pano, dia escondido, corpo gelado. Os pássaros aqui e lá, ruídos de certo movimento, esse risco escorrido, vontade de encostar o sono do sol. É assim que voltamos, sempre seguindo a linha pontilhada da distância.

(De esquecimento,
traço voo, grito
ao limite das mãos
tontura, suspiro;
mesmo espelhado-abismo
momento contorcido,
escorre -
sorrateiro de inteireza
nossos passos, explodir
carinho, verdade)

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