O momento da escritura demorada,
lenta por cada nuvem que move a terra,
é o limite do apagamento
em virar-se sonho,
decisão do olho pelo invisível
ou pela luminosidade fechada
do dia que escolhe sucumbir.
Quando em abertura,
os pássaros do infinito rebuscam
um tempo estático e rebuliço
do enroscar branquidões e limpezas
para tal azul que só é visto
no contorno daquilo que preenche,
os espaços entre folhas,
e o silêncio das vozes escondidas,
distantes.
É a teia, fumaça carregada
de tontura, sons do vento
e todas as cores do sol aparecem
nos bichos que passam o canto,
o balançar, a qualidade daquilo
que é demasiado.
Essas vozes são presenças cruas
ou enrolam-se em desmaio
adormecido dos sentidos
quando os buracos tecem
o espaço de cada ser
e o caminho entre
devir-porvir
relance daquilo que agita
em pausa e esperança?
Como pode a finura,
fragilidade desse cheiro novo,
estar concreta em traço
e silêncio -
frente a meu rosto?
Não acesso o segredo desta árvore
outra que responde
a meus olhos baixos
com promessa e acolhimento
feito casa mantida
na memória anterior
do retorno e do inabitável.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirdemasiado
ResponderExcluirum outrem
expressas
ali e em ti
(tens espelho)
a primeira
lição será
ser de ti
a tua lição
(a tua última)
voltas para
aquele qual
pendia sós
um teu olhar