I
Anterior à parte, ao silêncio
derroto a mim, de olhos fixos,
pálpebras cerradas no avesso
o peso do pé que se cumpre
quando sempre o chão é ele
em rosto distante à mão que distingue
o fundo do céu
que sufoca a boca.
Escorre.
Então, no tilintar inócuo de um,
submeto pele à espúria,
constante e eterna,
na propriedade do tocar
fazendo-se solidão
que carrega o peso da casa.
II
O espanto, momento em vazio total
quando o brando silêncio estala
desiste a um ninguém
e cada extensão cala ao papel.
Em tontura, se compadece
pelo preencher furado de motivo
motor de instante, porvir,
o dia amanhece falido.
Sombra por dedos, então,
a troca do caminho pelo desmaio
apagado, como palavra esquecida
desaparecida de toque, trovão
À espera infinda
o susto aguarda
sem resquício de voz
onde casa sem morada.
III
Decidi reconhecer o buraco
no crânio desta mesma
casa de operação infinita
para despejar, em esquecimento,
memória.
Que casa, as "questões recorrentes",
ResponderExcluirque céu danoso de flamas,
somente suave e demora
tua chave alada - que morada?
Por dentro as fibras vazias,
no pensar habitas com pesar.
O mesmo trovão traça a flor
em seu peso-flor sem par.
Só, na tua cama de prosas,
enfim deleitas a língua de línguas,
e faz nascer o oceano
com suas costas e canais de sal:
todo o antigo anterior exilas,
apenas palavra te torna algo.
- e oscilas como quem dança
e fraquejas como quem afirma
e sorris como quem alcança
o horizonte em que vacilas.
Tua casa são lembranças.