o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Inverno I

Os buracos nos quais me meto adentro em poeiras traços e construções configuradas pelos tecidos na cunjuntura dos restos, pedaços e fragmentos de rostos assemelha-se aos copos com meia água dormida e chás velhos em canecas ao lado da cama. Constroem-se edificações mescladas de água, pedras, ruas, corredores, ervas de proveniência tardia. 

Um sentir agudo projetou as primeiras ritmadas desta confissão desesperada. Há muito me corrompia a permissão exigida pelos canais em minhas veias para mencionar sempre à maneira de cartas abandonadas meu confessionário de jornada. Projeto-me num livro a ser escrito no desembocar de todos esses lugares empilhados dentro dos meus olhos. Estou habitando esses espaços entre memórias esparsas dos sonhos expandindo-me a vastidão adentro. A ansiedade nas construções que culminavam nesta pulsação inignorável mora nos corredores, andares, salões e vigas, iluminações, texturas e águas violentas que de tudo hão de banhar.

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