o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Pés

Essa luz que me serve bem, torneando por trás de nuvens sombreadas, agride a escuridão destes traços. Pontos de luz balouçantes por sobre o ar, dentre troncos e verdências, em manifestação singela da destruição, das cinzas emotivas por cada mover. Não é assim que confesso essas sombras, não posso esquecer esses traços no céu acinzentado, de azul fosco inflamado luz reprimida, contida no pano que encobre. O desenho destes galhos relembra o retorno, de coração, o dolorido caminho dos pés, perto daquele outro que me sorri-resposta. A qualquer momento as nuvens que não posso ver, por sobre as estrelas, por trás da minha cabeça, o fogo azuleante negociará o calor.
Da forma que o fizer, não o faça, o buraco dos meus olhos segue o fim da luz por sobre o pano, por trás do ouvido, que não quero te dizer, por causa da minha dor, isso é dolorido, eu confesso a você.
Quero concretizar para o fim, com este instante, a dor nesta pele e não mais no céu, a permissão do calor, do rastro que o fogo toma por dentro dos seres quietos. Escolhe ser frio, azuleante em morte daquele que se deteriora nessas vozes familiares, cai pelas pedras e desmaia, nunca mais.
Os detalhes de cada entre, em sua singularidade explosiva, não cabem ao infinito olhar.

2 comentários:

  1. nossa... quanta intensidade nestas palavras.

    dentro, nosso tempo
    de que só vislumbra-o
    o instante oculto
    atrás dos olhos meus
    sobre tuas dores
    - abertura do amor.

    ResponderExcluir