o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

terça-feira, 12 de junho de 2012

One way... or another

Era por silêncio que os dedos moviam-se em pontas de existir, qual esperança na vida tua. Que é difícil palavrear vontade, explosão dos órgãos de respirar em sufoco irremediável, mas em afago, movido por cada grão de areia. De sopro do tempo, cada fio de fractal, pedacinhos de um você esquecidos nos esconderijos dos caramujos, nas partes íntimas das águas, no sangue dos bichos. A falta que me é nociva em pele cura quando dissolve dor pela presença de todas as outras partes. Não é a toa que o ar para todos os lados carrega suas gentes e coisas verdes; é tudo você me querendo pra perto dizer que vive por dentro, no vento, me encostando de caminhar, quando acordo no dormir do sol. É do escuro embranquecer as velas que queimam devagar, de luz se espremendo por entre folhas de árvore, como se o céu não fosse capaz de conter-se em entusiasmo por surpreender fins de tarde aconchegantes. É quando olho pega flor sem querer, de cima, em segredo.

Um comentário:

  1. Muito belo, muito poético, lindamente carregado de imagens. O autor tem o dom.

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