o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Este não é um tratado do que vem inteiro, mas do que pode ser construído

Não-contar, no limitar histórias a sensações, parece-me agora como besteira de existências auto-sublimadas.  Criaturas perceptivas - intelectuais disfarçados de humanos - colocam-se no patamar do espaço por dizer. Aquilo que não-é castiga o que é por ser demasiado. A abstração não atende ao concretismo do tronco de uma árvore. Por traços maternos ouço a voz do "eu" que acontece o silêncio sem querer. Pois sou a favor do céu. O não-lugar falta cheiro de casa. O teto é necessário quando em preenchimento de espaços obrigatórios de ser. O som do amarelo não vem quando sem-lugar, lixo, rua, bueiro, sozinho, brejo das esquinas redondas. O silêncio dói a toa. O chão? Precisa pisar, que a importância é concreta e tem nome de pessoa. Tem nome, que tudo tem nome, quando o grito silencioso precisa ruir no eco da rua vazia de postes e placas e cachorros desossados.
Chegar por dentro não é acesso para petulâncias. O onde do suicídio não sente bem no estômago que já dói pelas horas. Sacudir é todo dia.
Quando desconstruídas todas as partes menores do que serve de pegar, o corpo some. O corpo que some desaparece na grama, em si, no passado e na sinceridade. A morte-experiência-última desaparece a si enquanto sufoco do tempo que não há. O errante apalpa aquilo que encontra; a fuga inerente nem sempre dói em beleza, mas no nome. Na cor.
A competência para assumir o não-lugar é água fervendo. Há sede no beco, em olhos de gentes que respiram por inércia da falta de abismo que dói quando cair é do que não faz sentido e sentido é diferente de sentir. Não há tempo para perder o tempo em lugar nenhum que não-é.
Depois do silêncio em vazio-vácuo, é tolo querer ser tolo por fora, porque há o fora cheio de matéria - o vento que posso pegar. A espessura depois do silêncio é morrer? Morrexistir, não. Porque, porque, porque... Ser tolo (triste).

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