o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

6 de janeiro de 2017
bahia 2

os primeiros dias do ano são de partilha. as gotas que escorrem pelo corpo continuam pingando na estranheza estrangeira destas páginas em branco e arruinando a possibilidade da solidão; uma espécie de partilha é inevitável, do rio que me contorna, das mãos estendidas esperando pela suspensão, o instante logo antes, que antecipa o contato da pele. os dedos se tocam, então. e a água envolve o corpo como se fossem a mesma coisa. os amigos se olham nos olhos porque veem um espelho: o que fala é também o que escuta. neste intervalo de tempo, ecoa por todo o espaço imensurável uma voz - o uníssono perfeito deste mistério, o canto do vento, que não deixa a existência ser esquecida. as dúvidas não importam, exceto quando despertam a intuição. 

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