eu sinto falta dos tempos calmos dedicados
ao toque do sol sobre flores brancas
sinto falta de sorrisos de estranhos
equilibrando a balança da minha alma
sinto falta de escrever sobre a textura
dos cabelos das pessoas que amo
sinto falta de observar o esconderijo
da lua dentro da terra
sinto falta de chorar de emoção
estarrecida com um quadro que me encontrou por acaso
sinto falta de acariciar as peles
das minhas irmãs por horas
sinto falta do espelho valer como
direção alternativa da profundidade
sinto falta da grama acolhendo os
meus pés como poças de chuva
sinto falta dos corpos dos insetos
abrindo caminhos no solo
sinto falta das entregas absolutas
como a dos pássaros diante do céu
sinto falta da voz que pode falar
sobre a vida secreta do mar
sinto falta da suficiência
de entrar em olhos que convidam
sinto falta de mergulhar nos rios
que traçam o trajeto das pedras
sinto falta de acompanhar o crescimento
do tronco de uma árvore por anos
sinto falta do milagre do sangue
percorrendo as minhas veias
sinto falta de respirar sem aparelhos
devir - silêncio
o movimento do entre pelo tempo e pelo espaço, onde cada palavra é figura esburacada, e o rosto de ninguém expande ao infinito.
terça-feira, 19 de setembro de 2017
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
i’m writing about water because i miss the rain
everyday is a glimpse of vanishing
possibilities, a furious river that destroys
the ground under my feet.
i am drifting and running beneath
these ocean waves, a heavy flux of
immensity that overcomes all details.
the little movements of leaves falling,
the lives of insects and peoples’ glances.
it’s harder and harder to breathe under water.
situations seam to repet themselves,
like not knowing which names to call for.
i dont even know what words can do
for me anymore, as they turn empty
with the washing of nature’s soil.
it’s becoming impossible to believe
in anything, even though my hands
can’t give up on conjuring their forces.
i fought my way here.
resilience is not a choice.
the only thing that i know,
when my veins seam to be the only
confirmation of being alive, is that
death doesn’t want me yet.
not yet, for i am still to be here,
nowhere, or wherever the sky wishes
upon me.
possibilities, a furious river that destroys
the ground under my feet.
i am drifting and running beneath
these ocean waves, a heavy flux of
immensity that overcomes all details.
the little movements of leaves falling,
the lives of insects and peoples’ glances.
it’s harder and harder to breathe under water.
situations seam to repet themselves,
like not knowing which names to call for.
i dont even know what words can do
for me anymore, as they turn empty
with the washing of nature’s soil.
it’s becoming impossible to believe
in anything, even though my hands
can’t give up on conjuring their forces.
i fought my way here.
resilience is not a choice.
the only thing that i know,
when my veins seam to be the only
confirmation of being alive, is that
death doesn’t want me yet.
not yet, for i am still to be here,
nowhere, or wherever the sky wishes
upon me.
a lost odissey through space
a timeless river under the bridge path
the oaks’ reflection staring back over infinity
an unmaterial crowd crying
the complete lack of reality
a shattered body’s soul
a misplaced scenario intoxicated by awareness
the words that fail forever
a nowhere existance
the leftovers of a mountain’s ruin
the monkeys and goats’ observations
a transfigurated meaning
the witch’s dreams as she sleeps
the holes on these glass walls
my mistakes and gone memory cells
everything’s wandering myth
a timeless river under the bridge path
the oaks’ reflection staring back over infinity
an unmaterial crowd crying
the complete lack of reality
a shattered body’s soul
a misplaced scenario intoxicated by awareness
the words that fail forever
a nowhere existance
the leftovers of a mountain’s ruin
the monkeys and goats’ observations
a transfigurated meaning
the witch’s dreams as she sleeps
the holes on these glass walls
my mistakes and gone memory cells
everything’s wandering myth
sábado, 5 de agosto de 2017
do canto do olho percebo as formas fluidas das peles esvaindo-se em cores, projeções astrais, auras difundindo os contornos por suas margens. quando da incredulidade da surpresa, num movimento de pescoço, virei-me, o foco da distancia em minhas retinas espelhadas dependurou-se sobre os corpos e as cores ocuparam os espaços dentro das linhas. aquilo fechou os meus olhos instantaneamente e, do avesso, alcancei um portal de dúvida num ponto triangular dentro do espelho. seriam as coisas feitas de ilusão ou de movimento?
quinta-feira, 3 de agosto de 2017
a cabeça girando é um indicativo de vida sob respiros entrecortados de uma madrugada insone, onde o sentido se esconde por trás das cortinas em movimento.
todos temos bagagens feias e corações costurados como colchas de retalhos.
o mar agora tão distante lança sua invocação eterna das ondas que posso sentir...
e se não houver nada a dizer sobre essas barreiras do reino dos fantasmas?
e se esgotou-se o alimento dos deuses?
então, onde está a morada do instante?
todos temos bagagens feias e corações costurados como colchas de retalhos.
o mar agora tão distante lança sua invocação eterna das ondas que posso sentir...
e se não houver nada a dizer sobre essas barreiras do reino dos fantasmas?
e se esgotou-se o alimento dos deuses?
então, onde está a morada do instante?
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